Sind-UTE/MG
e Governo iniciam negociação e marcam reunião para o próximo dia 25
Fonte: Portal Sind-UTE/MG
A direção do Sindicato Único dos
Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) participou nesta
quarta-feira (11/06), às 17 horas, na Cidade Administrativa, com a secretária
de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Renata Vilhena, da primeira reunião
de negociação deste ano com o governo do Estado, para discutir os pontos da
pauta de reivindicações da Educação, protocolada no dia 31 de janeiro de 2014.
A reunião é resultado de uma greve de
15 dias greve da categoria, iniciada no dia 21 de maio pela abertura de
negociação com o governo e suspensa no dia 4 de junho. O agendamento da reunião
foi fruto de pressão dos educadores, que paralisaram importantes rodovias como
as BR-040 e BR-381 e a MG 010, esta fechada por cinco horas e meia, e de outros
atos realizados como manifestações, o ato de escracho da secretária de estado
da educação e a ocupação da SRE Metropolitana A.
Uma comissão de deputados estaduais do
Bloco Minas sem Censura ajudou na mediação com o Governo do estado para
agendamento da reunião. Eles obstruíram as votações na Assembleia Legislativa,
no dia 04/06, para pressionar o governo por abertura de negociação. Os
educadores retornaram às escolas no dia 6 de junho e mantêm, desde então,
estado de greve.
Resultados e encaminhamentos
Nesta primeira reunião, além da pauta
de reivindicações, o Sindicato apresentou várias demandas que estavam sem
resposta do governo. Afinal, foram seis meses sem qualquer diálogo!
Acompanhe o que foi discutido:
1) Pauta de reivindicações
Reunião específica para discutir as
questões ligadas à carreira - foi agendada para o dia 25 de junho, às 15 horas,
na Seplag.
A questão salarial será discutida no
Comitê de Negociação Sindical. O Sind-UTE/MG cobrou o reajuste do Piso Salarial
que, em 2014, foi de 8,32% e o passivo do pagamento do Piso Salarial. Sobre o
passivo (reivindicado pelo Sindicato desde a pauta apresentada em 2012), a
Seplag afirmou que fará levantamento dos valores.
2) Progressão na carreira
Entenda o problema:
Em 2013, conquistamos o retorno da
progressão na carreira, que estava congelada desde janeiro de 2012. No entanto,
a Secretaria de Estado da Educação (SEE) não organizou o pagamento, que deveria
ter sido feito em fevereiro.
Encaminhamento da reunião: a progressão será paga na folha de
pagamento de julho (que o servidor recebe em agosto), e o retroativo na folha
de pagamento de outubro (que o servidor recebe em novembro).
3) Férias-prêmio
Entenda o problema:
Fruto do acordo de greve de 2010, o
direito de gozar férias-prêmio foi retomado em 2011. Em 2012, nova Resolução
organizou o direito de gozo deste direito. Após publicação de quem teria
direito no 1° semestre de 2014, a Secretaria de Educação suspendeu o direito.
Encaminhamento da reunião: a Seplag tinha a informação de que
2.647 professores e 1.551 servidores administrativos gozaram
férias-prêmio. O Sindicato questionou a situação apresentada por que
não ocorreu a revogação da suspensão feita pela SEE. Como as
informações são diferentes, a Seplag se comprometeu a levantar a relação de
servidores por Superintendência Regional de Ensino e a questão será discutida
na reunião do dia 25 de junho.
4) Concurso público
O Sind-UTE/MG cobrou um cronograma para
as nomeações do concurso em vigor e lembrou que, em 2013, muitas vagas
simplesmente sumiram.
De acordo com a Seplag, as nomeações
foram suspensas em função de um levantamento que o Governo está fazendo a
partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre os efetivados pela
Lei Complementar 100/07.
A Seplag assumiu o compromisso de que,
se o Governo não realizar as nomeações para as vagas divulgadas no edital até
novembro, o atual concurso será prorrogado.
Ainda ficou acertado o compromisso de
elaborar um cronograma de nomeações no início do segundo semestre. Mesmo com o
atual concurso vigente será necessário um novo concurso. Mas a Seplag afirmou
ser necessário aguardar as orientações da Advocacia Geral do Estado para
discutir esta questão com o Sindicato.
5) Situação dos servidores da
Lei Complementar 100/07
O Sind-UTE/MG cobrou resposta a vários
questionamentos:
a) Como ficarão as férias-prêmio que
foram publicadas antes do julgamento do STF para os efetivados da LC 100/07.
b) Como ficará o tempo de contribuição
dos efetivados que passaram a ser regidos pelo Regime Geral de Previdência
Social.
c) Como ficará a situação de quem
atualmente está em ajustamento funcional.
d) Como ficará a situação dos servidores
da LC 100/07 que, atualmente, estão em licença médica ou em tratamento de saúde
pelo IPSEMG.
e) Como ficará a situação dos
servidores que tiveram progressão durante a LC 100/07? Essa progressão será
contada para fins de nova designação?
f) O tempo de LC 100 será levado em
consideração como tempo de contrato para efeitos de designação?
g) Como fica a situação dos diretores e
vice-diretores que eram efetivados.
h) Quem adquiriu o direito de aposentar
após 01/04/14 (data da publicação da ata do julgamento do STF), não está
conseguindo o afastamento preliminar à aposentadoria.
i) A extensão de jornada de servidor
efetivado está sendo cancelada.
j) Necessidade de abrir novo período de
inscrição para designação.
k) Direito de pensão negado aos
dependentes de servidor efetivado.
Segundo a Seplag, todos os
questionamentos apresentados pelo Sind-UTE/MG foram encaminhados à Advocacia
Geral do Estado, para que a mesma possa orientar o Governo.
A Seplag afirmou ainda que todos os
direitos previdenciários estão garantidos até 01/04/14, e se comprometeu a
fazer uma agenda específica para discutir as questões dos servidores
efetivados. A proposta é que a primeira reunião ocorra em julho, já com algum
posicionamento da Advocacia Geral do Estado.
6) Organização do quadro da
Secretaria de Estado da Educação
O Sindicato apresentou a proposta
(votada em Assembleia Estadual da categoria), de que o governo possibilite ao
professor já nomeado, o direito de completar o cargo e a mudança de lotação,
antes de um novo concurso.
A Seplag concordou com a
reivindicação. Ela fará um levantamento da situação para discutir
uma proposta de cronograma no segundo semestre.
7) Situação dos diretores das
escolas estaduais com dois cargos obrigados a pagarem contribuição previdência
do 2° cargo
Questionamos novamente a situação dos
diretores de escolas, que são obrigados a pagarem a contribuição previdenciária
do segundo cargo. Para a Seplag não há como alterar a situação. O
Sindicato analisará o que pode ser feito juridicamente.
7) Direito de greve
O Sind-UTE/MG relatou os problemas
recorrentes que a categoria tem enfrentado durante as paralisações, quando a
escola é orientada a substituir o trabalhador que participa do movimento,
chegando ao extremo de alunos do Ensino Médio, assumirem as salas de aula.
Reivindicou que esta situação não
continue e que os dias de paralisação/greve não sejam descontados nos salários
e que os trabalhadores tenham o direito de negociar a reposição. Teremos
resposta destas questões na próxima reunião, dia 25 de junho.
Fotos: Eficaz