Trabalhadores/as em Educação de Aimorés têm realizado ações para discutir com
os poderes locais e a comunidade escolar no sentido de
esclarecer o Município sobre os problemas trazidos pelo projeto de
municipalização das escolas estaduais apresentado pelo governador Romeu Zema.
Para isso, tem se produzido material gráfico para as redes sociais, reuniões,
cartas, mensagens, reuniões com o Legislativo municipal e, buscando diálogo
com o Executivo. Entre
essas ações, a direção da Subsede Governador Valadares participou de reunião
com a Câmara Municipal no dia 03 de
maio, para
esclarecimentos aos vereadores e trabalhadores/as presentes sobre os problemas
causados pelo processo desencadeado. Representantes têm participado de outras
reuniões da Câmara Municipal nas últimas semanas com o fim de maiores esclarecimentos
sobre a importância das Escolas Estaduais para o Município.
Desde quarta-feira, 12 de maio, carro de som com texto expressando as manifestações da Comunidade Escolar de Aimorés, visitou diversos pontos de referência, para a denúncia a toda a população contra a precarização da Escola Pública.
A falta de diálogo com os sindicatos, entidades educacionais e comunidades escolares é uma marca do governo Zema, evidenciada pelo projeto lançado em março desse ano pelo governo de Minas, por meio da SEE/MG. Inclusive, o próprio governo encaminhou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 2.657/2021, que institui o “Mãos Dadas” e tem como um dos objetivos impedir que as Câmaras Municipais possam intervir no processo de municipalização.
O Sind-UTE/MG reivindicou a anulação do projeto e reforçou à representação da SEE/MG que a medida vem sendo executada de maneira antidemocrática. Portanto, compromete a qualidade da educação, gera desemprego na categoria, reduz matrículas e nega o direito à educação.
Posturas impositivas na maneira como o projeto foi apresentado às prefeituras, conduzindo à adesão sem qualquer análise detalhada das reais condições do município têm sido presenciadas, vindo da parte do governo de Minas, ao apresentar uma mudança estrutural e prejudicial na Rede Estadual durante o pior momento já enfrentado com a pandemia de Covid-19.
A intenção do governo é municipalizar cerca de 70% de toda a Rede Estadual em três anos, com os anos iniciais e finais de todo o ensino fundamental.
De acordo com análise feita pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, além de retirar mais de R$ 1 bilhão de reais de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), o “Mãos Dadas” trará um prejuízo de R$ 1,35 bilhões para as prefeituras a partir da transferência de mais de um milhão de matrículas. No Município de Aimorés, estima-se 636 estudantes de anos iniciais na rede municipal. Esse número tende a aumentar para 1.362, representando aumento de 114% nas matrículas e, um déficit imediato de 1.698.632,96 aos cofres do Município.
O Sind-UTE/MG cobra da Secretaria a construção do debate com as Câmaras Municipais e a necessidade de as prefeituras apresentarem um estudo sobre o impacto financeiro e a capacidade de absorção das matrículas na Rede Municipal. É necessário frisar que o debate não se trata de diferenciar as Redes Municipal e Estadual, mas sim da essencialidade de envolver todas e todos afetados pela proposta de municipalização. “Lutamos pela educação pública de qualidade social, independentemente se ela acontece na rede estadual ou na rede municipal. Queremos que esse direito continue sendo ofertado, com diálogo e sem a imposição de precarização e desemprego.”
O Sindicato seguirá inarredável na luta contra a municipalização, construindo o debate público nas Câmaras e impedindo decisões autoritárias que ferem princípios da gestão democrática.
domingo, 16 de maio de 2021
Aimorés mobiliza Comunidade Escolar contra a municipalização escolar
Após a reunião com a Câmara Municipal, em 03 de maio, militantes do Sind-UTE/MG têm procurado a Casa para reiterar a manutenção do debate, e apresentado sugestão de texto de Lei Municipal que garanta os princípios constitucionais da transparência e do debate democrático, com base em Projeto de Lei 2.617/2021, da deputada estadual Beatriz Cerqueira. A Comunidade Escolar aguarda encaminhamentos pela aprovação do texto pelo Poder Legislativo, no sentido da garantia dos poderes daquela casa, com os seguintes princípios:
1. É a comunidade escolar que deve definir sobre a municipalização das matrículas. Estudantes, pais e mães e profissionais da educação serão diretamente consultados.
2. Antecedendo a consulta, devem acontecer ampla debates com todas as informações;
3. Caso a comunidade decida pela municipalização, a decisão ainda deve passar pela Câmara Municipal;
4. O prefeito deve demonstrar que o município tem condições financeiras de arcar com as novas despesas que estaria assumindo. Deve demonstrar também que já cumpriu o Plano Municipal de Educação, notadamente no que se refere a oferta da educação infantil.
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