quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Imprensa resolveu demonstrar finalmente: Subsídio (ilegal) é um Sucídio para a carreira

Apesar de alguns enganos, o quadro abaixo demonstra as vantagens do PISO.
Leia e comente no link: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=180361,OTE&busca=piso%20e%20subsidio&pagina=1

Novo subsídio da educação terá reajuste de 5%
Medida vale para ativos e aposentados; quem ficar no modelo antigo não terá aumento de salário
Publicado no Jornal OTEMPO em 24/08/2011
JOANA SUAREZ

O governo do Estado apresentou ontem o novo formato de subsídio aos professores com anúncio de reajuste de 5% nos vencimentos e um novo critério de reposicionamento na tabela de salários levando em conta o tempo efetivo de serviço. O modelo de subsídio em vigor para parte da categoria desde janeiro aumenta de imediato o salário dos servidores, mas elimina benefícios, como quinquênio e auxílio transporte. Esses e outros ganhos pagos tradicionalmente de forma adicional, agora, segundo o governo, estariam apenas sendo incorporados ao valor do novo salário. A medida prevista para ser implantada em janeiro de 2012 depende de aprovação na Assembleia.


Segundo a Secretaria de Planejamento, o reajuste entrará em vigor a partir de abril do ano que vem e será válido para os profissionais (ativos e aposentados) que optarem pelo subsídio.


Os servidores da educação que migrarem para o novo modelo serão reposicionados na tabela de salários de acordo com o tempo de serviço. A cada três anos já trabalhados, o profissional irá avançar um grau na tabela e terá um aumento médio de 2,5%. Com a mudança, 224 mil trabalhadores podem ter a remuneração alterada.


Os professores terão um novo prazo, de 1º de setembro a 31 de outubro, para decidirem se desejam migrar para o regime de subsídio. Em janeiro, todos os trabalhadores foram automaticamente transferidos para o modelo novo e, até o último dia 10, tiveram a opção de voltar para o regime antigo. Aqueles que permaneceram no subsídio não poderão mais voltar para o sistema antigo.


Segundo a Secretaria de Educação, 152 mil servidores da área ficaram no regime antigo com salário-base mais benefícios. "Sabemos que não é isso (subsídio) que o sindicato da categoria quer, mas precisávamos fazer avanços e considerar o tempo de serviço. No primeiro modelo que apresentamos, os servidores mais experientes e os novatos foram enquadrados no mesmo grau", explicou a secretária de Planejamento, Renata Vilhena.


A situação dos 16 mil diretores, vice-diretores, secretários e coordenadores escolares também foi corrigida. O cargo de diretor terá reajustes que variam de 18% a 36%, de acordo com o total de alunos da escola. Com as mudanças, 23 mil servidores que possuem, atualmente, salário superior ao máximo da tabela, de acordo com o nível de escolaridade, receberão a diferença como vantagem pessoal e os reajustes da categoria irão incidir sobre esse valor, que antes era desconsiderado.

ADESÃO
Protestos tumultuam trânsito na praça Sete e em rodovias

No dia em que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) anunciou as mudanças na política salarial dos servidores da educação, os professores fizeram várias manifestações que pararam o trânsito na capital e em pontos da região metropolitana.


A maior manifestação aconteceu na praça Sete, onde 300 pessoas interromperam o tráfego no cruzamento da avenida Afonso Pena com Amazonas nos dois sentidos por volta das 17h. Membros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) simularam uma aula pública explicando a reivindicação dos professores. Cadeiras foram colocadas para o público. O trânsito ficou interditado por mais de uma hora e afetou outros pontos da região Centro-Sul.


Pela manhã, foram outras duas manifestações. Às 10h, a categoria fechou a BR–381, na ponte sobre o rio das Velhas, em Sabará. Duas horas depois, os professores interditaram a MG–010 em frente à Cidade Administrativa. Os congestionamentos chegaram a 5 km. (Natália Oliveira)

FOTO: LEO FONTES
Professores durante manifestação na avenida Afonso Pena, que foi fechada
RECLAMAÇÃO
Sindicato reafirma posição de greve
"Governo engoliu um ano no cálculo", afirma presidente da entidade, Beatriz Cerqueira
Tâmara Teixeira

Entre os professores, a proposta da Secretaria de Estado de Educação (SEE) de melhorar o modelo de subsídio não foi bem recebida. O governo anunciou que irá considerar os anos já trabalhados para o enquadramento dos servidores nas faixas salariais do plano de carreira (veja quadro na página ao lado) e uma nova "promoção" a cada dois anos, a partir de 2012. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) reafirmou ontem que só aceita negociar o fim da greve se o governo pagar o piso salarial nacional de R$ 1.187, na forma antiga de remuneração, com os respectivos benefícios (quinquênios, vale-transporte etc).

Segundo a coordenadora do sindicato, Beatriz Cerqueira, a nova proposta do governo não é tão boa quanto parece. "O Estado está considerando o tempo de serviço, mas o servidor só teve avanço salarial por cada três anos, e o certo seria a cada dois, como era originalmente. O governo engoliu um ano no tempo do profissional", explicou Beatriz. Para ela, a nova proposta do Estado é um desrespeito com os professores, em greve há mais de 70 dias.


O professor Rômulo Radicchi exerce a profissão há oito anos. Ele diz que irá recusar a proposta do governo, já que defende o piso nacional com os benefícios calculados sobre este valor. "O subsídio não nos interessa. O modelo é uma política de arrocho que, a longo prazo, desvaloriza o salário do profissional da educação", disse.


A professora Graziela da Costa Moreira, 34, também não ficou satisfeita. Servidora há 16 anos, ela afirma que não irá aderir ao modelo de subsídio. "Eu voltei para a forma antiga de remuneração porque quero o piso de R$ 1.187 acrescido dos benefícios. Acho que o governo está maquiando a situação. O Estado diz que não tem dinheiro, mas está contratando professores substitutos", disse.


Para o consultor financeiro Ricardo Melo, as novas mudanças estabelecidas pelo governo estadual no regime salarial de subsídio não será benéfica para os professores em atividade. "O reajuste de 2,5% a cada dois anos é muito baixo. O valor não pode ser fixo, mas deveria ser aumentado com o passar dos anos", afirma o consultor.

De acordo com o consultor, os professores que optarem pelo subsídio receberão um salário maior aparentemente, porém, eles vão ter o salário desvalorizado ao longo dos anos. "Mesmo com essa nova proposta do governo, o aumento salarial com o passar dos anos será menor que no regime de remuneração. Eles vão ter a sensação que estão recebendo mais hoje, mas vão acabar perdendo dinheiro no futuro", afirmou o consultor.


Já para a aposentada Dalva Pedrosa de Assis, 76, as mudanças serão bem-vindas porque ela não tem mais nenhum benefício para receber, pois não está mais na ativa. Com a implantação do subsídio em janeiro, ela foi posicionada na letra A, com um salário de R$ 1.122 e, a partir de janeiro de 2012, com o novo posicionamento, ela estará no grau J (R$ 1.401,22), por ter trabalhado 27 anos. "Aceitei o modelo de subsídio porque estou aposentada e já não tenho mais nenhum benefício a receber", afirmou. (Com Joana Suarez e Natália Oliveira)

Mobilização
Assembleia. A proposta do governo de remodelar o regime de subsídios será apresentada oficialmente pelo Sindicato Único dos Trabalhadores (Sind-UTE), hoje, às 14h, aos professores em uma nova assembleia na praça da Assembleia Legislativa.

Reunião. Pela manhã, o comando de greve do Sind-UTE fará uma reunião interna.

Apoio. Um grupo de estudantes universitários criou uma página no site de relacionamentos Facebook para divulgar um movimento de apoio à greve dos professores estaduais. A página denominada "Ato em apoio aos professores" contava, até ontem, com quase 2.000 membros.

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