Ainda nesta semana, o Sind-UTE promove Assembleia Regional, dia 06/02, quinta-feira, às 19:00, no salão da Subsede Governador Valadares (União Operária), para debater com a categoria a Pauta de Reivindicações e a Campanha Salarial. A Assembleia contará com a presença da Coordenadora Estadual do Sind-UTE MG, Beatriz Cerqueira.
Para o ano de 2014, o Governo de Minas planejou investir 25,03% em educação. Esta é a informação que está na Lei de Orçamento Anual aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Alemg).
Se lembrarmos que, em 2012, denunciávamos o Governo do Estado ao Ministério Público por assinar um Termo de Ajuste de Gestão (TAG) pactuando com o Tribunal de Contas do Estado um prazo para o cumprimento dos 25%, esta parece ser uma boa notícia.
Porém, uma análise mais detalhada do orçamento vai nos mostrar que o governo mineiro continua “maquiando” as contas e burlando a Constituição Federal, com a aquiescência do Tribunal de Contas e do Tribunal de Justiça do Estado.
Se considerarmos apenas as despesas da Secretaria de Estado da Educação, o investimento em 2014 será de 21,81%. Novamente, a Secretaria planeja investir menos do que o mínimo constitucional. E a Assembleia Legislativa de Minas aprovou isso! Para se chegar ao percentual de 25,03%, são incluídas despesas com educação superior, fundações e aposentadorias além do saldo de transferência do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Estamos falando de mais de R$ 1,2 bilhão fora da educação básica mineira.
Foi percebendo esta maquiagem da aplicação de recursos públicos que, em 2013, o Sind-UTE/MG, fez a campanha: “Anastasia, cadê os R$ 8 bilhões da educação?” A cada ano, o Governo de Minas deixa de aplicar milhões em educação, o que deveria ser a sua obrigação.
A existência de recursos financeiros vinculados tem uma razão. A educação é direito fundamental à dignidade humana. O Estado deve ser o garantidor deste direito, destinando obrigatoriamente parte do que arrecada. Como afirma o promotor de Justiça, Eduardo Nepomuceno, em ação pela anulação do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), os recursos vinculados no custeio da saúde e educação não estão submetidos à discricionariedade do Poder Executivo, dependendo da sua avaliação da conveniência e oportunidade em aplicá-los. Ao contrário, é ato administrativo vinculado. Mas, o Tribunal de Justiça entendeu diferente, não viu nenhum prejuízo irreparável na prática do Estado e não suspendeu o Acordo assinado entre Governo e Tribunal de Contas, pactuando a aplicação de menos do que 25% em educação.
E a dança dos números no Orçamento Público não para por aí. Em 2013, o orçamento previsto da Secretaria de Educação foi de R$ 8,3 bilhões. Ao longo do ano, com os créditos suplementares autorizados para a Secretaria, o orçamento passou para R$8,9 bilhões. O que espanta é que a despesa total da SEE, em 2013, foi de R$7,6 bilhões, ou seja, menor do que o previsto, 14,2% menor que o orçamento autorizado!
Devemos discutir mais sobre Orçamento Público. Este parece ser um assunto muito difícil, com os números só vistos com lupa. Mas o que percebo é a construção permanente da idéia de que este assunto não é pra gente comum, mas, somente para especialistas. No entanto, quem paga a conta é o povo, que não vê seus impostos investidos em serviços públicos de qualidade. Só vê belas propagandas que não têm nada a ver com a realidade.
Beatriz Cerqueira
Coordenadora-geral do Sindicato Únicos dos Trabalhadores
em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG)
Parabéns, a sociedade agradece!
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