domingo, 15 de novembro de 2015

Tragédia, de proporções incalculáveis, continua fazendo vítimas no Vale do Rio Doce

A tragédia causada pela irresponsabilidade e ganância, protagonizada pela empresa Samarco Mineração, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que dizimou dezenas de vidas humanas, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, com o rompimento de duas barragens, Fundão e Santarém, no dia 5 deste mês, de contenção de rejeitos de mineração, inundando outros distritos e cidades próximas, e que exterminou todo o ecossistema que  vive na calha e ao redor do Rio Doce, deixando sem abastecimento cidades de centenas de milhares de pessoas, como Governador Valadares, Colatina e Linhares, além de Aimorés, Alpercata, Conselheiro Pena, Resplendor, Tumiritinga, Galiléia, Periquito e Itueta (em Minas Gerais) e Baixo Guandu (no Espírito Santo), não pode ser esquecida pela descoberta de uma forma alternativa de tratamento de água.

A atual direção, os conselheiros, os trabalhadores em educação militantes do Sind-UTE/MG, na região do Vale do Rio Doce, subsede de Governador Valadares, como cidadãos vítimas da tragédia, vêm manifestar sua disposição em contribuir na redução dos danos causados pelas barragens já rompidas, bem como exigem das autoridades uma postura de veemente cobrança da empresa Samarco, pelos danos ambientais, sociais, emocionais, além de respostas imediatas por mais uma tragédia que pode ocorrer: uma trinca no dique da barragem de Germano, com dano na estrutura tem cerca de três metros de comprimento. Além disso, que o Estado brasileiro disponibilize imediatamente recursos financeiros e humanos, para reduzir os impactos como a falta de água potável para centenas de milhares de pessoas.


Além destas questões imediatas, na visão dos trabalhadores/as em educação, é preciso não apenas a imposição de multas conforme a legislação brasileira aos responsáveis pela tragédia, mas que os esforços intelectuais de toda a Sociedade, e financeiros, de responsabilidade das duas maiores mineradoras do mundo, de lucros bilionários, sejam direcionados prioritariamente no saneamento dos danos causados, nas vidas atingidas, na recuperação do Rio Doce, na construção de formas alternativas de captação de água, além de meios de trabalho aos trabalhadores que dependem do rio para sua sobrevivência.

No dia 13, em Governador Valadares, crianças, jovens, adultos... estudantes e professores... sem terra... trabalhadores e trabalhadoras... todos atingidos pela barragem, pela lama que matou o Rio Doce, fizeram um ato no centro da cidade, para lembrar à população de quem é a responsabilidade e para exigir respeito.

A Direção da Subsede participou desta ação, além de atividades de coleta e envio de água potável, por parte dos atuais e dos futuros diretores e conselheiros, além de trabalhadores em educação filiados, que têm enviado água para a população carente de Governador Valadares e outras cidades, como Galiléia, por exemplo.

Toda a solidariedade e apoio à Aldeia Krenak, em Resplendor, que ocupou a linha férrea da Vale, em protesto contra a contaminação da água de onde retiram seu sustento.

Sabemos quem nos deve! Quem nos deve a água, a vida e o rio!

Minério não se bebe!

Água e Energia, não são mercadoria!
Manifestantes apresentam à Sociedade a responsável pela morte do Rio Doce, em 13/11.
Enterro simbólico do Rio Doce, em frente a Sede da Vale em Governador Valadares, em 13/11.
Água para a população carente de Governador Valadares, organizada por Trabalhadores da E. E. Paulo Luiz - Mathias Lobato


Aldeia Krenak ocupa linha férrea da Vale em protesto pela poluição do Rio Doce, em 12/11.

Leitura de Nota de Apoio dos Movimentos Sociais à Aldeia Krenak, na noite de 14/11.

Movimentos sociais entregam alimentos, água potável e  material para abrigo para o Povo Krenak na ocupação das linhas da Vale, em Resplendor, na noite de 14/11

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